Monday, April 25, 2011

Exemplos Game

Esse post complementa o post anterior, existem alguns momentos que não poderiam ser passados, com essa intensidade, em nenhum outro meio, me vem a mente:

Quando o soldado americano, um dos dois personagens que você controla em Call of Duty 4: Modern Warfare sofre um acidente de helicoptero e você é obrigado a controlar o personagem se arrastando pelo fogo, por corpos do que sobrou do seu pelotão, e você continua, continua... até a inevitável morte. Dura séeeeeeculos... Você não espera que um dos seus protagonistas, um dos heróis, morra no meio do filme e é isso que acontece aqui. Você acompanha os últimos dolorosos instantes debaixo da pele deste personagem antes dele morrer. Intenso... acho que faz você pensar sobre a morte, sobre a guerra.

Outro momento que não passaria em nenhum outro meio é o final de Metal Gear 3: Snake Eater em que somos obrigados atirar em nosso "mestre" profissional e emocional. O tiro que somos obrigados a colocar na The Boss nos coloca junto com Snake no altar de sacrifício. O cinema pode, com truques de câmera, tentar te colocar na posição difícil do personagem principal, mas apenas o jogo pode colocar você como a mão que puxa o gatilho. O jogo não continua se você não atirar, é como se o filme parasse esperando nossa decisão.

Depois de jogar games de terror filmes de terror perderam totalmente o sentido. Não que eu adore games de terror mas a sensação de medo é muito mais intensa quando você está no ilusório controle daquele personagem, como em Silent Hill, Dead Space e Penumbra (Resident Evil não é mais terror:P)

Mas além de trazer emoções fortes como nos melhores filmes ou livros alguns jogos também se sobressaem naquilo que é único a eles, na jogabilidade. As vezes o simples "passar de fase" é tão complexo que mesmo ao assistir nós dá um prazer como o de analisar uma inteligente partida de xadrez. Ficamos satisfeitos intelectualmente. Alguns jogos dessa categoria que lembro são Portal (um jogo feito por uma equipe de 8 pessoas que é simplesmente genial) e VVVVVV (feito por uma equipe de UMA(!!!) pessoa, também genial e simples, exige alguma habilidade). Estes jogos são videogame na sua forma pura, jogabilidade intensa e ambientação perfeita.

Outro jogo que beira ao educativo são os de simulação (menos o the Sims). Simulação de hospital, de cadeia, de castelo, de cidade, de tráfego, de trem, de comércio... vixe. Tem alguns que são tão complexos quanto possível sendo impossível entrar no game e sair jogando (como os da Paradox). Esses são geralmente muito informativos e, se bem feitos, podem provocar mudanças de pensamentos e atitudes. Meu favorito ainda é Civilization, os mais novos são menos profundos mas ainda vale.

Além desses jogos que fazem você pensar existem vários outros que exigem pouco ou nenhum raciocínio mas que exigem uma incrível habilidade no controle. Para se ter uma ideia do que é isso procure no Youtube "Guitar Hero Insane Difficulty". Não sou interessado nesse tipo de ginástica para os dedos, assim como não sou tão interessado em recordes de quem pula mais alto, ou joga uma pedra mais longe, se for chauvinismo intelectual, que seja.

E claro que existem centenas de jogos que são apenas divertidos com roteiros rasos, personagens rasos, ambientações rasas, que não exigem nem ginásticas com os dedos nem quebra cabeças de outro mundo. Todos os jogos de esporte, todos os jogos de corrida, todos os jogos de luta, todas as centenas de cópias de Counter-Strike... Poderia continuar por dezenas de linhas, quase todos os jogos se encaixam aqui, são os blockbusters do cinema, é difícil achar um filme que tenha custado mais de 100 milhões de dólares que seja "arte", mas sempre existem exceções. Isso não quer dizer que esses jogos não sejam divertidos, estimulem alguma coisa, que você possa aprender alguma coisa com eles, mas o objetivo principal é simplesmente passar o tempo e obter alguma diversão (como jogar paciência com uma historinha amarrando e gráficos fantásticos).

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