Thursday, August 02, 2007

Filmes no mês de julho

Match Point (ou "Match Point - Ponto Final) .10/10
Maravilhoso!! Mas um filme perfeito do mestre. Com certeza este exige um pouco mais de comprometimento da audiência, não que seja complicado ou confuso mas a atmosfera é tudo aqui. Nós já sabemos quase tudo que vai acontecer (ênfase no quase, acho difícil alguém ter visto aquela trama final assistindo o começo) e ainda assim é interessante. Angustiante também, mas quem sabe seja por causa de estarmos esperando pelo desastre. É como assistir um caminhão se chocar com uma parede de tijolos mas em super câmera lenta. Ficamos absorvidos nessa trama. E aquela cena do anel perto do fim... sem palavras. MASTERPIECE

Land of the Plenty (ou "Medo e Obsessão") .8/10
A América pós-9/11 por Win Wenders. Roteiro muito bom, personagens cativantes, história muito bem amarrada. A paranóia americana está em todo o lugar nesse filme, assim como o olhar estrangeiro da razão abismado por ver tanta loucura ao redor. Consegue mostrar os Estados Unidos para os estrangeiros e mostrar o Estados Unidos para os americanos, ainda que um que eles raramente queiram ver. Sem ser panfletário demais, consegue criticar com sutileza, feito com ares de underground.

Edge of Outside (ou "Na Contramão de Hollywood") .8/10
Bom documentário sobre a difícil missão de se fazer filmes de qualidade em uma indústria rica, mas pobre quando se trata de dar dinheiro a talentos alternativos.

Paprika .6/10
Nem com toda a boa vontade do mundo posso dizer que essa história faz algum sentido, nem se vc me dizer que na verdade foi tudo um sonho esse anime ainda é perdido. Tem boas sacadas espalhadas por aqui, mas tem que se esforçar pra achar. O visual é impressionante, de ficar vislumbrado. Mas o que Satoshi Ken gastou de neurônios escrevendo o roteiro de "Tokyo Godfathers" gastou pensando no visual de "Paprika". Roteiro cheio de furos e personagens com pretensão de serem profundos. Minha opinião que define o filme é: Se houvesse um sub-gênero de filmes/desenhos que se passam durante os sonhos, Paprika seria apenas mais um medíocre entre vários, mas como não há, ao menos tenta ser original. Uma boa idéia com bom visual. E só.

A Grande Ilusão (ou "All The King's Men") .6/10
Edição esquisita somada a uma história estranha. Os motivos que levam o governador a mudar tanto nunca são compreendidos. Ao invés de ver esse filme medíocre vá ler sobre o homem que o inspirou, um cara muito mais interessante chamado Willie "THE BOSS" Stark. Um Hugo Chavez norte-americano. Se simplesmente filmassem a trajetória dele já teríamos algo melhor. Verdade seja dita já houve várias versões da vida dele, mas esta mesmo é deficiente. Quem sabe porque o livro ganhador do Pulitzer construa muito melhor o personagem de Jude Law que, ainda que não seja culpa do ator, aqui é muito fraco, eclipsado pela interpretação apoteótica de Sean Penn. O filme não chega nem aos pés das suas pretensões.

Flyboys .6/10
Diversão de sessão da tarde, tem de tudo, um festival. Nazistas, aviões, zepelins, mulheres, guerra, amor, crianças, morte, heróis, vilões, pilotos que perdem a mão e pilotam o avião com um gancho no lugar... ou seja.. de tudo mesmo. E ainda tem a cara de pau de ter a seguinte frase "inspirado em fatos reais". E é verdade. Houve uma primeira guerra mundial. E aviões lutaram nela. Fora isso o resto é forçada de barra pura, a não ser que algum ancestral do James Bond e do MacGyver tenha lutada lá. Os absurdos físicos são muitos pra enumerar. Depois da centésima pirueta "Bond-MacGyver" promovida pelo nosso cavaleiro de cavalo branco jogamos a fidelidade histórica as favas, deita a poltrona, desliga o cérebro e aproveite as explosões espetaculares, porque teremos muitas até o final.
(só um último comentário, tenho uma teoria. Em Hollywood existe um contrato assinado por todos os estúdios e todos os atores. Quando surge um papel de um francês em um filme americano, primeiro se oferece para Jean Reno, caso ele recuse eles vão pensar em contratar outro ator francês genérico . Mas até hoje isso ainda não aconteceu...)

Copying Beethoven (ou "O Segredo de Beethoven") .4/10
Em uma cena após destruir um modelo arquitetônico do namorada da atriz principal, Beethoven pergunta o que ela tinha achado da obra. Resposta: "Você a melhorou". Pronto, nem precisa mais ir ver o filme, esta parte é a única memorável o suficiente para eu lembrar. Coitado do Beethoven. Se ainda o filme fosse bom poderia ignorar a montanha de erros biográficos como "liberdade poética", mas ao contrário de "Amadeus" aqui eles são apenas falhas idiotas. Nada funciona aqui, nada. Até cenas copiadas de outros filme sobre músicos são mau copiadas. Pobre Beethoven...Só Mozart tem sorte em Hollywood.

Hannibal Rising (ou "Hannibal: A Origem do Mal") .3/10
Péssimo. Já é ruim como filme-solo, como "prequel" da saga do Hannibal é ainda pior. Samurais? Vingança familiar? Fico surpreso que não tenha colocado o mega clichê de serial-killer que foi abusado pelo pai. Origem do Mal? Esses subtítulos nacionais são terríveis. Não há quase nada de bom aqui, nada! Não choca, não emociona, não assusta.. quem sabe dá sono. Mas só.

Tron (ou "Tron - Uma Odisséia Eletrônica")
Visual espetacular!!! Ainda hoje. Diversão década de 80.

La Cité des enfants perdus (ou "Ladrão de Sonhos")
Não terminei de ver. Mas até onde vi uma palavra: BIZARRO

Aeon Flux
Não terminei de ver, durmi mesmo. Viagem demais pra mim. Boas idéias, pra uma série de TV é interessante mas inconstante.

Hostel (ou "O Albergue")
É dificil achar um bom filme de terror. E continua sendo difícil. Não terminei de ver. Não precisei terminar diga-se de passagem. Ruim. Não vou gastar mais do meu tempo ou do seu, já perdi tempo demais vendo esse lixo, caso não tenha visto ainda há esperança. Mas... o tempo perdido é seu.

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